quarta-feira, 7 de abril de 2010

TEXTO: A produção capitalista do espaço (DAVID HARVEY)

Data no cronograma: 29/03/2010

Capítulo V) A geopolítica do capitalismo

Podemos considerar a circulação do capital um processo contínuo, no qual se usa a moeda para adquirir mercadorias (força de trabalho e meios de produção).

Aspectos importantes para a circulação do capital:

1) A continuidade da circulação do capital se baseia na expansão ininterrupta do valor das mercadorias produzidas;
2) Na produção, o crescimento se realiza por meio da utilização de trabalho vivo;
3) Na produção, o lucro se origina da exploração do trabalho vivo;
4) Em consequência, a circulação de capital se baseia na relação entre classes;
5) Essa relação de classe significa oposição, antagonismo e luta;
6) Necessariamente, o modo capitalista de produção é tecnologicamente dinâmico;
7) Normalmente, a mudança tecnológica e organizacional requer investimento de capital e força de trabalho;
8) A circulação do capital é instável;
9) Habitualmente, a crise se manifesta como condição em que os excedentes tanto de capital como de trabalho, que o capitalismo precisa para sobreviver, não podem mais ser absorvidos. Isso é denominado de "estado de superacumulação";
10) Os excedentes que não podem ser absorvidos são desvalorizados; algumas vezes são até destruídos fisicamente. O capital pode ser desvalorizado como moeda, como mercadoria ou como capacidade produtiva.

A coerência regional estruturada, em que a circulação do capital e a troca de força de trabalho apresentam a tendência, sob restrições espaciais tecnologicamente determinadas, a se constranger, tende a ser solapada por poderosas forças de acumulação e superacumulação, de mudança tecnológica e luta de classes. O poder de solapamento depende, no entanto, da mobilidade geográfica tanto do capital como da força de trabalho, e essa mobilidade depende da criação de infra-estruturas fixas e imobilizadas, cuja permanência relativa na paisagem do capitalismo reforça a coerência regional estruturada em solapamento. No entanto, a viabilidade das infra-estruturas fica em perigo, devido à própria ação da mobilidade geográfica, facilitada por essas infra-estruturas.

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